A incidência de mortes por câncer de próstata no mundo é grande. A doença está como a segunda que mais mata os homens, só fica atrás do câncer de pele. A população ainda não atentou para o fato da prevenção, visto que essa doença tem cura quando diagnosticada em tempo hábil.
A população, inclusive a feirense, não se libertou dos mitos e das questões culturais que envolvem a prevenção da doença, que se diagnosticam através da junção de exames clínicos. A Organização Mundial de Saúde recomenda a realização de três exames que detectam tal enfermidade: o toque retal, o exame de sangue que mede a dosagem de PSA (glicoproteína produzida pelas células epiteliais da próstata, responsável pela liquefação do sêmen) e o exame de fluxo urinário. Tais procedimentos foram adotados pela Sociedade Brasileira de Urologia, e em conjunto, podem diagnosticar a doença em quase 100% de precisão, afirmou o doutor José Batista de Cerqueira, especialista em Urologia, mestre em Ciências Morfológicas pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e professor adjunto da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana).
O índice da doença varia no mundo inteiro, contudo, os EUA apresentam 120 casos da doença para cada grupo de 100 mil habitantes, já o Brasil encontra-se em nível intermediário, pois apresenta 51 casos a cada 100 mil, já os orientais dispõe de 1,7 pacientes a cada 100 mil habitantes. Cerqueira enfatizou que essa diferença se dá principalmente pelo fato dos hábitos alimentares dos orientais serem bem mais saudáveis do que o dos ocidentais. Fatores ambientais também interferem nesta estatística, assim como o consumo de carnes vermelhas e de gordura (evitado pelos orientais), predispõe à doença. O consumo diário e balanceado de frutas e verduras são essenciais para a manutenção saudável de todas as células do organismo, evitando-se assim não apenas o câncer de próstata, mas também diversas doenças.
O alto índice da doença, divulgado pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer, acontece porque há um considerável envelhecimento populacional no mundo, mas essa taxa tende a diminuir devido ao sucesso das campanhas de prevenção, ao diagnóstico precoce (o que pode viabilizar a cura da doença) e à eficácia terapêutica. Cerqueira recomenda o consumo de frutas e verduras, que são alimentos ricos em betacaroteno (uma pró-vitamina A), que associada ao licopeno gera uma reação natural no organismo de ‘quimioprevenção’ (reação orgânica que inibe a formação de células cancerígenas). Alguns destes alimentos sugeridos por nutricionistas são: abacate, abacaxi, maçã, mamão, manga, morango beterraba e principalmente o tomate.
Pesquisa científica sobre o licopeno
Cerqueira lançará no próximo ano um livro que tem como objetivo esclarecer a população sobre as doenças da próstata, focando seus aspectos preventivos. A obra é o resultado de estudos laboratoriais que comprovam que o licopeno mostrou-se eficiente na ‘quimioprevenção’, reduzindo o aumento da incidência de ‘apoptose’ (morte celular) em 26%, em relação às células prostáticas não estimuladas pela reação licopênica.
Por Heber Fontes
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