segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Fase do "enta" é alvo de campanha contra a aids


Neste ano, a turma que já entrou na fase da vida que o sufixo da idade é o enta – isto a partir dos 50, é o alvo da campanha de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, realizada pelo Ministério da Saúde. Em Feira de Santana, 86 pessoas nesta faixa etária estão em tratamento contra a aids. São 56 homens e 30 mulheres. O problema: a grande maioria desta faixa etária não usa camisinha nas suas relações sexuais. Assim, abre-se uma janela para a contaminação das DSTs.
Hoje se comemora o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. O slogan deste ano é: “Clube dos Enta. Sexo não tem idade. Proteção também não”. Os cinquentões em diante são pessoas que geralmente nunca usaram preservativo nas suas relações sexuais e por resistirem ao seu uso, podem ser contaminados por uma DST ou pelo vírus HIV.
A Coordenação Municipal de DST/HIV/aids montou um estande no Centro de Abastecimento e chamou a turma do enta à responsabilidade. Foram informados sobre a doença, receberam preservativos e, quem quis, fez exame de sangue para verificar se é portador do HIV. Os resultados serão entregues dentro de 20 dias úteis, na coordenação, que fica no Centro de Atendimento Especializado Dr. Leone Leda, antigo Posto de Higiene, em frente ao Feira Tênis Clube.
O coordenador do programa em Feira, Walternei Morais, disse que todos foram orientados para que tenham a camisinha como uma ferramenta de proteção, que todo mundo precisa se cuidar e que a DST, inclusive a aids, pode contaminar qualquer pessoa. “Mostramos a todos que ninguém está imune à doença e que a única forma de preveni-la é usando a camisinha”.
De acordo com ele, a decisão do Ministério da Saúde em se voltar para esta faixa etária deveu-se ao fato de que as estatísticas mostram que o número de contaminados entre os cinquentões, sessentões e setentões está aumentando. “Nunca foi feita uma campanha direcionada a este segmento. Pela primeira vez está sendo realizada uma campanha que tem como foco este segmento da nossa sociedade. Daí a sua importância”.
O agricultor Américo de Souza, que reside na Fazenda Soares, distrito de Jagura, disse que nunca usou preservativo na vida. Mas que a partir de agora vai ficar atento, mesmo afirmando que “é um homem caseiro”. “Sabia que existia esta tal de aids, mas não sabia que o problema era tão grave assim”.
O também agricultor Arnaldo Ferreira da Silva, que reside em Bonfim de Feira, é outro que resistiu até hoje o uso da camisinha. “Como não procuro nada fora, nunca me preocupei. Mas os homens devem usar a camisinha para se proteger e também a mulher. Nunca se sabe”. Ambos fizeram o exame de sangue.
A participação surpreendeu, por se tratar de pessoas um tanto resistentes a este tipo de abordagem. De acordo com Caroline Oliveira, da coordenação do programa, apenas nos primeiros 90 minutos, mais de 40 homens recolheram material para o exame. (Batista Cruz).




Por Heber Fontes

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